Entre samovares e mujiques: a literatura russa

Quando o professor de Ciência Política I nos ofereceu uma lista de livros para serem analisados sob a perspectiva política, vibrei quando vi o nome de Dostoiévski. Achei mais interessante ainda porque se tratava de Os demônios, um romance que ainda não havia lido. Era certamente a oportunidade de me reencontrar com  um dos romancistas que mais admiro e cuja obra já lera quase totalmente. Pouco me importava se o livro tem quase 700 páginas. Os livros dele quase nunca têm menos que isso.
O grande problema é que Os demônios não é um romance convencional. É um "romance político". E isso muda tudo. Há toda uma produção acadêmica em torno da temática que não caberá explicar aqui, obviamente. Mas o romance que opta por esse viés corre o risco de se tornar panfletário demais, como por exemplo, a literatura que se produziu no Brasil durante a ditadura militar. Segundo os críticos, a estética fica em segundo plano quando a arte, principalmente o romance, se presta a esse fim.
Resultado: não consegui ver nesse romance o Dostoiévski que estava acostumada. Por exemplo, estou lendo paralelamente Memórias do subsolo e percebo diferenças brutais. O trabalho está em andamento, o professor indicou um livro de crítica que, sem dúvida, ajudou a esclarecer muitos pontos. Mas não creio que consiga produzir a análise que gostaria. Vou ficar devendo.

Sobre necildas

"Eu quase de nada não sei, mas desconfio de muita coisa."
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